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Pansophia

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domingo, 25 de setembro de 2016

Agosto, mês de grandes perdas na filosofia

In Memoriam

Gustavo Bueno Martínez (1924-2016)

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No dia 7 de agosto faleceu o filósofo espanhol Gustavo Bueno Martínez. Ficou mais conhecido por ser autor do sistema filosófico denominado: Materialismo Filosófico. Esse sistema tem como ponto central excluir qualquer possibilidade de vida espiritual sem referência à vida orgânica. Ele era ateu e foi um crítico fervoroso da ideia filosófica de Deus. Em 1960 estabelece-se nas Astúrias, onde exerce como catedrático na Universidade de Oviedo, onde colaborou até o ano de 1998. Gustavo Bueno faleceu dois dias após a morte de sua esposa.
Algumas obras:
O papel da filosofia no conjunto do Conhecimento - (1971)
Ensaios materialistas - (1972)
Ensaio sobre Categorias economia política - (1973)
Pré-socráticos Metafísica - (1975)
A ideia de ciência da teoria da Fechar Categorial - (1977)
Etnologia e Utopia - (1982)
Divina animal - (1985)
Primeiro Ensaio sobre Categorias Ciência política - (1991)
O que é a filosofia? - (1995)
O que é ciência? - (1995)
O mito da esquerda: à esquerda e à direita - (2003) Obs.: Essa obra causou-lhe constrangimentos, pois após a publicação grupos separatistas da Espanha acusaram-no de facista.
O retorno à caverna: o terrorismo, a guerra e a globalização - (2004)
ateu Fé - (2007)
O Mito do direito - 2008

Ivo Urbančič (1930-2016)
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Também no dia 7 de agosto faleceu o filósofo esloveno Ivo Urbančič . Foi considerado o pai da escola fenomenológica desse país. Em 1960 entrou para a Universidade de Ljubljana onde estudou filosofia . Em 1970, ele obteve seu doutorado na Universidade de Zagreb . No ano de 1964, ele se tornou um pesquisador do Instituto de Sociologia e Filosofia na Universidade de Ljubljana . No final de 1980, ele trabalhou como editor na editora Slovenska matica , onde supervisionou a tradução e a primeira edição de muitos dos principais pensadores ocidentais em língua eslovena . Ele foi importante, também, na publicação das obras completas de Nietzsche . . Ele foi um dos co-fundadores da União Democrática esloveno , um dos primeiros partidos políticos democráticos que se opõem ao regime comunista na Eslovénia.
Algumas obras:

· vropski nihilizem ( "O niilismo europeu" Ljubljana de 1971.);

· Leninova "filozofija" ( "de Lênin" Filosofia "" Maribor, 1971.);

· Naroda Uvod v Vprašanje ( "Introdução sobre a Questão de Nation" Maribor, 1.981.);

· Zaratustrovo izročilo I & II ( "do Zarathursta legado I & II" Ljubljana de 1993 e de 1996.);

· Moc em Oblast ( "Poder e Autoridade" Ljubljana de 2000.);

· Nevarnost biti ( "o perigo de ser" Ljubljana de 2003.);

· Zgodovina nihilizma ( "A História do niilismo". Ljubljana, 2011).


Gilles-Gaston Granger (1920-2016)
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Morreu no dia 24 de agosto o filósofo francês Gilles-Gaston Granger. Ele foi um dos professores franceses que ajudaram consolidar o departamento de filosofia da USP. É considerado como um dos maiores nomes da epistemologia. De 1947 a 1953 foi professor da USP, graças ao programa de cooperação internacional, que nessa época o Brasil tinha como uma das principais atividades a consolidação da faculdade de Filosofia da USP. Em 1953 retorna a França conseguindo o emprego de pesquisador. De 1955 a 1962 foi professor da Universidade de Rennes, Já em 1964 foi professor da Universidade de Provence onde ficou até se aposentar no ano de 1986. Nesse mesmo ano ele fez viagem ao Brasil onde teve contato com as lógicas não-clássicas. Em 1990 torna-se professor emérito do no Collège de France. Em 2000 foi professor convidado no Conservatório Nacional de Artes e Ofícios fundado em 1794 durante a Revolução Francesa.
Algumas obras:
· éthodologie économique (PUF, 1955)

· La raison (1955)

· La mathématique sociale du marquês de Condorcet (PUF, 1956)

· Pensée formelle et ciência de l'homme (Aubier, 1960)

· O pensamento formal e as Ciências do Homem, tradução de Alexander Rosenberg , (Estudos de Boston em Filosofia da Ciência)

· La théorie de la aristotélicienne ciência (Aubier, 1976)

· Langage et épistémologie (Klincksieck, 1979)

· Despeje philosophique connaissance la (Odile Jacob, 1988)

· Convite à la lecture de Wittgenstein (Alinéa, 1990)

· La verificação (Odile Jacob, 1992)

· L'irrationnel (Odile Jacob, 1998)

· La pensée de l'espace (Odile Jacob, 1999)

Fonte:

Jornalfloripa;

Folha UOL;

Wikipedia.
















quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O pensamento de São Justino (100-165)

 

por Leandro Morena

 

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Justino nasceu em Flávia Nápoles, hoje Nablus no ano de 100. Sua educação abrangeu história , poesia e retórica. Na fase adulta debruçou-se nos estudos da filosofia, principalmente nas correntes do estoicismo e platonismo. Em sua trajetória, encontrou um homem erudito chamado Trifão que colocou para ele discussões filosóficas, numa destas discussões, Trifão apresentou-lhe a vida de Jesus e comentou que os profetas apareceram antes dos filósofos, e que esses profetas profetizaram a vinda de Cristo cumprindo a mesma. Nesse momento, Justino viu-se tomado pela vida de Cristo, convertendo-se nessa ideologia no ano de 133, causando-lhe um carisma muito forte pelos profetas e por Cristo. Justino começou a afirmar que essa era a única filosofia segura de grande utilidade. Nota-se que Justino é um dos primeiros que começam defender a religião cristã. Como filósofo deu aulas em Éfeso e em Roma seguindo esse mesmo pensamento. Escreveu as obras: Apologias, que foram duas, e o Diálogo com Trifão que conta a sua própria experiência de vida citada acima.

Na sua obra apologética, ele insiste em afirmar que Jesus Cristo é o Logos que todos os filósofos, anteriores a ele, mencionaram. Justino afirma que todos os que vivenciam conforme o Logos são cristãos, e desse modo não ficam a mercê de sofrerem o medo e as perturbações. Para ele o Logos seria o próprio Cristo encarnado. Justino afirmara que o Logos contribui com a razão humana, pois para que toda pessoa criada como ser racional, tem a probabilidade de perceber a luz da verdade, antes mesmo das mesmas serem reveladas pelo Verbo encarnado. Aqui percebemos que o homem começa separar-se da Physis (Φύσις) e se começa criar um individualismo perante a natureza, gerando o alicerce que vai sustentá-lo como o ser supremo que a natureza concebeu, a ponto do mesmo criar deus à sua imagem. Para ele, o cristianismo unido à filosofia (fé mais razão) foi o elemento crucial que faltava para que ele pudesse encontrar verdades que antes eram impossíveis de conhecê-las.

Justino mostrou-se convencido de que a filosofia grega tinha a finalidade de ser útil para com a ideologia cristã, pois cristãos poderiam usá-las com confiança, principalmente a filosofia platônica que foi o sustentáculo para criar as bases de fortalecimento para o cristianismo difundir-se e servi-la como modelo para outros intelectuais, cito o Agostinho de Hipona (354-430), que quase trezentos anos depois de Justino, seguiu os passos do pensamento deste e “cristianizou” a filosofia Platônica inserindo-a na ideologia cristã. Outro pensador que foi pela mesma trajetória, mas foi por uma outra corrente filosófica da Grécia Antiga, foi Tomás de Aquino (1225-1274), inseriu na filosofia aristotélica a ideologia cristã.

Justino também começou fazer duras críticas, na primeira apologia, a religião pagã, afirmando ser esta uma religião baseada em mitos, falsos deuses e diabólica, criando assim o processo “embrionário” da queda do paganismo e a ascensão do cristianismo, e mais uma vez, servindo como base para o pensamento de Agostinho que veio escrever a obra: A Cidade de Deus contra os pagãos, demonstrando vários argumentos e críticas a religião pagã e afirmando ser o cristianismo a única religião verdadeira.

 

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A paixão de Justino pelo cristianismo foi tão forte, que foi esta mesma ideologia a causa da sua morte, pois no ano de 165 por não querer negar a Cristo foi decapitado e, em seguida, foi alcunhado como mártir.

Percebemos que a convicção de Justino em adotar a ideologia Cristã como a única verdade foi à fagulha para alavancá-la e deixá-la como o principal pensamento intelectual nas universidades medievais naquela época, fazendo com que essa corrente ficasse no auge por quase 15 séculos.

 

Obras consultadas:

AN STEENBERGHEN, Fernand. História da Filosofia: Período Cristão. Trad. J. M. Da Cruz Pontes. Lisboa, Gradiva, 19??

McGRADE, A.S. Filosofia Medieval. Tradução: André Oídes. São Paulo, Ed. Ideias e Letras 2º ed., 2008.

SPINELLI, Miguel. Helenização e Recriação de Sentidos. A Filosofia na época da expansão do Cristianismo – Séculos II, III e IV. Caxias do Sul, Ed. EDUCS - 2º ed, 2015.