por Osvaldo Duarte
Epimênides o sábio, é uma personagem um tanto curiosa, nasceu em Cnossos no séc. VII, usava cabelos longos, o que era estranho aos costumes local. Certa feita, seu pai mandou-o ao campo em busca de uma ovelha desgarrada, mas desviando-se do caminho foi dormir em uma caverna onde teria ficado adormecido durante 57 anos. Ao despertar do longo sono, saiu em busca da ovelha, pois acreditava que estivera dormindo por pouco tempo. Epimênides viveu 157 anos; sua obra ao que tudo indica, foi escrita em versos com conteúdo cosmogônico, mitológico e político. O velho sábio é considerado também profeta, um purificador de almas, sua adivinhação não era tanto desvendar o futuro, mas descobrir no passado os erros que afetavam o presente.
(...) disse Epimênides cretense: de fato, ele vaticinava não acerca do futuro, mas sim acerca das coisas já acontecidas, mas obscuras.
Para Casertano, Epimênides é figura de transição entre a cultura sapiencial e a nova cultura filosófica, isto é, figura que se interpõe entre a fase mítica e a fase filosófica da cultura grega. Seu longo sono é relacionado à letargia, uma prática para obter sonhos divinatórios, quer seja dos mortos como também dos deuses, ao acordar, o escolhido é capaz de revelar fatos passados ou futuros.
Quando uma terrível peste abateu Atenas, nosso sábio foi chamado para purificá-la, o que para Casertano fora por motivo político dada às reformas implementadas por Sólon, sendo que na época era comum mesclar política e religião.
Segundo a tradição, Epimênides recebeu das ninfas um alimento mágico que conservava num casco de boi, desde então, nunca fora visto comendo, portanto, nunca defecava. Outros diziam que ele recebera de Hesíodo algumas sementes que tinha o poder de matar a fome.
Contra o mito
há um mito segundo o qual águias e cisnes, levados das extremidades da terra ao centro dela, para ali desciam, para Delfos, até o chamado “umbigo da terra”. Em seguida Epimênides de Festos, ao investigar/refutar o mito junto do oráculo do deus, e recebendo uma resposta obscura e ambígua, assim escreveu: “Nem na terra nem no mar há no meio um umbigo; e mesmo que haja é evidente aos deuses, mas está escondido aos mortais”.
O paradoxo do mentiroso
“Se tu afirmas mentir e dizes que isso é verdade, mentes ou dizes a verdade?”
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