por Osvaldo Duarte
O homem é a medida de todas as coisas, das que são, enquanto existem, e das que não são, enquanto não existem.
Trad. M.H.R.P
O frg. I Diels-Kranz é peça fulcral para a compreensão do pensamento do sofista de Abdera. Com efeito, a hermenêutica tem se mostrado abundante, haja vista as inúmeras bibliografias consagradas ao tema. M.J. V. PINTO apresenta o que seria o consenso quanto ao conteúdo doutrinal do fragmento:
“Cada homem é medida da realidade das coisas (objetos, fatos, sentimentos, etc.) tal como se lhes apresentam, e daí resulta que todas as suas representações são igualmente verdadeiras enquanto se baseiam na captação imediata das aparências”.
“(...) o homem é “medida” das coisas com as quais se relaciona de forma imediata através da percepção fenomênica, sem que se possa separar “pensamento” e “sensação”. (...) o que se discute não é propriamente a existência ou não existência das coisas, mas sim o modo como se relacionam com o homem...”.
Alguns comentários:
Hérmias – Escárnio dos filósofos pagãos
Mas aí está agora Protágoras, puxando-me para outro lado, quando diz: “O limite e o critério das coisas é o homem; o que lhe cai sob os sentidos são coisas, e o que não cai não se encontra entre as espécies de essência”.
Sexto Empírico – Contra os Matemáticos
Alguns incluíram também Protágoras de Abdera no grupo dos filósofos que aboliram o critério, porque afirma que todas as aparências e todas as opiniões são verdadeiras e que a verdade é algo de relativo, pois que tudo o que é aparência ou opinião para um indivíduo existe desde logo para ele.
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