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Pansophia

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Protágoras - A origem dos mortais

por Osvaldo Duarte



Houve uma época em que só havia deuses, sem a existência de criaturas mortais, mas em um determinado momento o Destino decretou que estas fossem criadas, então, nas entranhas da terra, misturando terra e fogo com os demais elementos que a estes se associam, os deuses as plasmaram. Chegando o tempo de trazê-las à luz, os deuses incumbiram Prometeu e Epimeteu de provê-las do necessário e de darem as qualidades adequadas a cada uma delas.  Epimeteu propôs a Prometeu que deixasse a seu cargo a distribuição, ficando com Prometeu a responsabilidade da revisão final. Com assentimento de Prometeu, Epimeteu começou a executar seu plano. A alguns animais atribuiu força sem velocidade, dotando de velocidade os mais fracos, a outros deu armas; para os que deixara com a natureza desarmada, providenciou diferentes meios de preservação, aplicando sempre o critério de compensação, com vistas a evitar que alguma espécie viesse a extinguir-se.




Depois de providenciado tudo para que não se destruíssem reciprocamente, arranjou meios de protegê-los contra as estações de Zeus, dotando-os de pelos abundantes e pele grossas para suportarem o frio ou adequado para o calor. Determinou ainda a todos eles alimentos variados, de acordo com a constituição de cada um: ervas, frutos das árvores, raízes, e a alguns até mesmo outros animais como alimento, limitando, porém, a capacidade de reprodução daqueles, visando assegurar a preservação das espécies.
Entretanto, Epimeteu carecia de reflexão, despendendo, sem o perceber, todas as qualidades que dispunha, deixando sem beneficiar a geração dos homens, ficando, porém, sem saber o que fazer com ela. No momento da inspeção, Prometeu verificou que todos os animais se achavam devidamente providos de tudo, somente o homem se encontrava nu, sem calçado, sem armas e sem cobertura. Chegado o dia de trazer o homem à luz, não sabendo como assegurar a sua salvação, roubou de Hefesto e de Atena a sabedoria das artes juntamente com o fogo, pois, sem o fogo seria inútil as artes e o seu aprendizado, e as deu aos homens. Assim, o homem veio à luz dotado de conhecimento para a vida, mas sem a sabedoria política, pois, esta se encontrava com Zeus. A ocultas entrou no compartimento em que Atena e Hefesto amavam exercitar suas artes, roubando de Hefesto a arte de trabalhar com o fogo e de Atena o que lhe é próprio e entregou ao homem.

Deste modo, alcançou o homem condições favoráveis à sua sobrevivência. Quanto a Prometeu, consta que foi pertinentemente castigado pelo furto, por culpa de Epimeteu.
Referências Bibliográficas
PLATÃO. Diálogos, tradução Carlos Alberto Nunes, São Paulo, Edições Melhoramento, 1970.

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