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Pansophia

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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Stuart Mill (1806-1873): A Democracia

                                       

por  Leandro Morena                                                   

                A definição de democracia pelo entendimento do filósofo Norberto Bobbio (1909-2004):

...por democracia entende-se uma das várias formas de governo, em particular aquelas em que o poder não está nas mãos de um só ou de poucos, mais de todos, ou melhor, da maior parte...
                                                                             Trad. Daniela Beccaccia Versiani                                                                                                                                                                                                 
            Stuart Mill escreveu a obra: Sobre a liberdade, e nela o filósofo londrino afirma que a democracia é a melhor forma de governabilidade perante todas as outras formas de governo, embora cauteloso por viver numa monarquia. O filósofo ressalva, no entanto, que mesmo num sistema democrático, a liberdade pode ser ameaçada, como menciona Mulgan: das forças da conformidade social, isto é, a tirania da maioria. A preocupação de Mill nesse sistema de governo poderia vir extinguir a individualidade e conter as minorias. Mill é enfático em seus escritos por mostrar a importância da liberdade pessoal de um caráter individual que seja forte e com isso exercesse o encorajamento de seu crescimento, e Mill assegura que mesmo uma democracia não pode garantir a liberdade.
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Mesmo com essas objeções, Stuart Mill mostra-nos que a democracia é o melhor sistema. Em outra obra: Considerações sobre o governo representativo, ele afirma e defende uma maior participação política tanto em bases instrumentais quanto essenciais. Segundo Mulgan, instrumentais pode ser entendida como a defesa utilitarista padrão do livre mercado, ou seja, os cidadãos são os próprios juízes de seus próprios interesses.
            Stuart Mill afirma que uma democracia representativa é a melhor maneira de manter os que governam agirem com integridade e com isso trabalham nos interesses da maioria dos cidadãos. O filósofo é firme na ideia da democracia representativa, que se por acaso aparecesse um ditador do “bem” (algo impossível de imaginar) e este tirano fizesse de tudo pelos interesses da população, mesmo assim, a democracia ainda será a melhor forma de governabilidade.
            Para Mill, a democracia representativa é eficiente, faz com que as pessoas participem da vida política, e o cidadão se desenvolva por forma voluntária, atingindo as classes menos favorecidas e esta tende ficar incentivada para refletir e preocupar-se com a as questões do dia a dia, e o resultado disso faz com que esses cidadãos comecem desenvolver uma capacidade intelectual para se depararem com questões de maior relevância e tomarem decisões muito mais complexas.
                A democracia representativa permite também, como diz Mulgan:
 ...que alguns se especializem na complexa atividade governamental, e deixa os demais livres para dedicarem o seu tempo às coisas mais importantes na vida.
Trad.: Fábio Creder


Mill deixou bem especificado no seu pensamento político que ele não vê a política como algo mais importante da vida.
É importante frisar que para ter-se uma sociedade justa, livre e desenvolvida, a educação é a base de tudo. Ler o artigo do Osvaldo Duarte nesse blog: Democracia Republicana- Montesquieu.
O modelo usado pelo Brasil é a democracia representativa, se fossemos seguir a ideia de Stuart Mill, seríamos um país modelo, mas esse sistema tem falhado ao longo dos anos, pois nem sempre os representantes estão representando os interesses da população, pois representam os interesses de si mesmos, além de existir um distanciamento gigantesco entre o eleitor e o eleito.
            O Brasil é uma democracia jovem e é fato que num passado não muito distante o cidadão brasileiro não se interessava por política, pois havia um ostracismo evidente, os corruptos e corruptíveis ficavam impunes. O cidadão não se preocupava com o passado de quem ele elegeu ou por tantas decepções com o eleito, o cidadão perdia a esperança. Hoje o cidadão brasileiro está mudando, o brasileiro saiu da “Caverna de Platão”, pode-se afirmar que, ainda um pouco tímido, ele começa interessar-se pelo andar da política. Manifestam-se pelas redes sociais ou reúnem-se em manifestações físicas, exigindo da pessoa que eles elegeram que de fato cumprem o que foi colocado no plano de governo. O cidadão brasileiro não está mais vulnerável à corrupção, exigem que os corruptos sejam presos, além de saber o passado do candidato que eles pretendem votar, com a lei da ficha limpa, mostra-nos que a democracia está fortalecida pela união dos cidadãos. Não é difícil ver hoje, o que no passado foi mais raro perceber, um grupo de estudantes, ou um grupo de amigos, ou de pessoas de idade, ou e de classes sociais diferentes, debatendo política, parece que o cidadão brasileiro começa ver a importância de ter o conhecimento daqueles que o representarão e do entendimento da situação política, e com isso exigem que o país possa vir a ter um futuro promissor, e fortalecem essa democracia que jamais poderá ser derrubada por um golpe como no passado, pois o cidadão informado, unido e encorajado, jamais será vencido.
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            Pode ser que num futuro não muito distante a democracia representativa no Brasil seja seguida como foi elaborada na teoria, e teremos representantes que estejam focados no que realmente o povo deseja.

Créditos:
Obras consultadas:

BENTHAM, Jeremy e STUART MILL, John. Os Pensadores. Editora Abril, 2º Ed., São Paulo, 1979.
MULGAN, Tim. Utilitarismo. Tradução: Fábio Creder. Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2012.
BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos. Trad. Daniela Beccaccia Versiani. Campus, Rio de Janeiro, 2000.


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