Pansophia
domingo, 27 de dezembro de 2015
RACISMO AO EXTREMO
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
René Girard (1923-2015)
por Leandro Morena
No último dia 4 faleceu o filósofo, filólogo e historiador francês René Girard. Destacou-se por suas teorias que afirmam que o mimetismo é a causa da violência humana. Esse conceito afirma que os seres humanos tendem imitar os desejos um dos outros, o que gera uma tensão social. No mundo acadêmico foi alcunhado como o novo Darwin das ciências humanas. Ele lecionou por muitos anos na Universidade de Stanford, tornando-se professor emérito, e foi à própria instituição que deu a nota de falecimento. Pela prestigiosa Academia Francesa (Academia Brasileira de Letras baseou-se nela) é considerado como um dos “40 imortais”. Publicou muitas obras sendo que a primeira foi Mentira Romântica e Verdade Romanesca publicado no ano de 1961. Por ser adepto e defensor do cristianismo, Girard foi considerado por uns como sendo um filósofo conservador.
Algumas obras do filósofo:
· Violência e o Sagrado, 1972;
· Coisas Ocultas Desde a Fundação do Mundo, 1978;
· Rota Antiga dos Homens Perversos, 1985;
· Anorexia e Desejo Mimético, 2008.
Fonte:
G1
Folha UOL
André Glucksmann (1937-2015)
por Leandro Morena
No último dia 10 faleceu o filósofo e ensaísta André Glucksmann. Ele pertencia ao grupo denominado: Novos filósofos. Filho de judeus ashkenazi austríacos, André estudou na École Normale Supérieure de Saint-Cloud. Quando jovem foi adepto do Maoísmo, depois ficou adepto do Atlantismo. Sempre foi considerado como um esquerdista, mas curiosamente apoiou o conservador Nicolas Sarkozy na eleição para presidente, mas a aproximação deste com o presidente da Rússia Vladimir Putin, fez com que o filósofo se distanciasse dele. André seguiu criticando Putin pelo seu autoritarismo. No final da década de 70 conseguiu ajuntar o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980) que era da esquerda com o filósofo, considerado liberal, Raymond Aron (1905-1983) no qual foi se assistente no final da década de 60. Esse encontro deu-se pelo motivo da campanha a favor das pessoas que fugiam do comunismo no Vietnã. Também na década de 70, André rompe com o marxismo, pois na sua obra, lançada em 1975, denominada A cozinheira e o devorador de homens, faz uma crítica severa ao marxismo afirmado que essa ideologia produz campos de concentração, afirmação essa que gerou muitas críticas dos filósofos que são adeptos do marxismo. Foi um crítico arduo do totalitarismo e grande ativista dos direitos humanos.
Algumas obras do filósofo:
· Os mestres pensadores, 1977;
· La Troisième Mort de Dieu, 2000;
· O discurso do ódio, 2004.
Fonte:
· G1
· Folha UOL
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Filósofo Fausto Castilho (1929-2015)
por Leandro Morena
Nesse ano a filosofia brasileira perdeu um de seus maiores pensadores, o filósofo, pesquisador, professor e tradutor Fausto Castilho. Fausto quando jovem mostrou a sua força de vontade, aos 17 anos foi aprovado no vestibular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), mas acabou desistindo da graduação e o motivo disso foi que o seu sonho era estudar filosofia em Sorbonne, situada em Paris.
E foi com a ajuda dos escritores Oswald de Andrade e Sérgio Milliet que foram os protagonistas por convencer a família do filósofo a acatar essa idéia.
Em 1947, o sonho de Fausto realizou-se, chegou à França para estudar filosofia, e foi aluno de grandes pensadores como: Gaston Bachelard (1884-1962), Martial Gueroult (1891-1976), Ferdinand Alquié (1906-1985) e Henri Gouhier (1898-1994). Foi aconselhado pelo filósofo Merleau-Ponty (1908-1961), de quem foi grande amigo, e no ano de 1949 foi para Friburgo, Alemanha onde foi aluno do filósofo Martin Heidegger (1889-1976).
Fausto Castilho retornou ao Brasil no ano de 1952 e foi lecionar na Universidade Federal do Paraná, na Universidade de São Paulo e foi um dos responsáveis pela criação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) onde também lecionou, tornando-se professor emérito, e aposentou-se em 1997.
Foi tradutor da obra “Ser e o Tempo” (primeira edição bilíngue) de Heidegger, onde possibilita o estudante ler o texto em português e fazer a comprovação com o texto original em alemão. O próprio Castilho afirmou: que são os alunos de filosofia que se beneficiarão com está edição. Traduziu também a obra “Manual dos Cursos de Lógica Geral” do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804).
Desde 1959 foi casado com Carmen com quem viveu até o fim. Não teve filhos.
Fausto mostrou-nos que nunca é impossível de se alcançar um sonho, por mais difícil que seja, com força de vontade e persistência, acaba tornando o sonho possível.
Fausto Castilho enriqueceu a filosofia brasileira e esse grande filósofo fará muita falta.
Fonte: Folha UOL
Stuart Mill (1806-1873): A Democracia
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
A informação na formação moral humana – Sêneca
domingo, 21 de junho de 2015
O pensamento de Hípon
por Leandro Morena
Pouco se sabe da vida do filósofo grego Hípon, mas provavelmente foi no final do século V a.C. que esteve em atividade. O próprio filósofo Aristóteles (385 a.C.- 322 a.C.) considerava-o como um filósofo de pensamento medíocre. Apenas poucos fragmentos sobraram dos seus escritos, mas o bastante para inseri-lo na história da filosofia como um pensador e tanto.
Na mesma linha do pensamento de Tales de Mileto (624 a.C.- 546 a.C.), Hípon acredita que tudo tem origem da água, o próprio fogo provém da água. Embasado nisso, o filósofo cria uma argumentação acerca do úmido/seco. Segundo o filósofo, a umidade tem como o princípio a água, por sua vez, o calor vive da umidade, referindo-se a todas as criaturas vivas, as sementes e a própria comida, pois a degustação dela torna-se boa por ter umidade. As coisas mortas são ressecadas justamente pela falta da umidade.
Para explicar a saúde do corpo, Hípon baseia-se na própria dicotomia úmido/seco, e analisa que somos possuidor de uma umidade que se adapta bem, gerando algo benéfico, segundo Barnes, a capacidade de perceber e em razão da nossa existência. Quando a umidade encontra-se num nível demasiado bom, o ente, por sua vez, é saudável, caso contrário, quando ocorrer um desequilíbrio na umidade, gera o ressecamento e com isso perece. Hípon afirma que os homens idosos faltam-lhes umidade, por esse motivo são secos e a percepção deles é comprometida por esta falta.
Em outro fragmento, o filósofo afirma que a umidade pode sofrer alterações que podem levar a um desequilíbrio, ou seja, quando ocorrer excesso de frio, ou excesso de calor, acaba gerando as enfermidades, ele não especifica quais são essas enfermidades. De um modo geral, tem que existir o equilíbrio no frio e no calor para que a umidade possa ser benéfica ao ente.
Observamos que tudo que faz parte da natureza tem que ter um equilíbrio, o corpo humano e dos animais, as plantas, o ar, o fogo, a água, um pequeno desequilíbrio gera uma condição negativa de proporções catastróficas.
A meu ver, o pensamento de Hípon foi uma “fagulha” para o desenvolvimento da lógica, embora seja com Aristóteles que a lógica fosse disseminada, aqui podemos observar que Hípon criou um “Sistema Dicotômico” que serviu de base para os filósofos posteriores.
Créditos: Obra consultada
BARNES, Jonathan. Filósofos Pré-Socráticos. Trad. Julio Fischer. Ed. Martins Fontes, São Paulo, 2003.