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Pansophia

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domingo, 8 de janeiro de 2012

Uma reflexão filosófica do natal

por Leandro Morena


Este pequeno artigo não visa criticar as pessoas que se alimentam de carne e nem as pessoas que gostam de comemorar o natal, mas é apenas uma reflexão do que não pensamos o que ocorre com as outras espécies nessa data.

A palavra Natal vem do latim “nativitas” e o seu significado é o nascimento. Mas parece que para as outras espécies o natal tem outro significado: a morte.
O natal é uma data alegre para as pessoas, provoca grande ansiedade positiva nelas. Reuniões familiares ou com os amigos, a felicidade, as trocas de presentes e uma mesa farta é o mais comum nessa data. As vendas no comércio aumentam consideravelmente, a economia cresce e todos ficam satisfeitos. Mas devemos nos lembrar que nesses dias o número de animais abatidos se intensifica, animais esses que vão parar nas travessas enfeitadas que estão sobre as mesas. Vão de cabritos, carneiros, aves diversas, porcos, vacas, rãs, e uma imensa variedade de peixes, entre outros. Nessa época, o drama chega para os pinheiros, pois nessas espécies de plantas lhes são cortadas às raízes para que no ano seguinte os compradores adeptos por terem árvores naturais para enfeitar tenham que comprar outro pinheiro, pois é óbvio que a planta sem raiz não resistirá. Mas é lógico, se o comerciante vender o pinheiro com raiz ele não terá mais o freguês no próximo ano, e em conseqüência disso, não terá o lucro. O que tem de errado em se comemorar o natal? Simplesmente nada de errado em se comemorar, mas a questão aqui é que esses animais que estão no prato para serem consumidos e os pinheiros enfeitados também não deveriam comemorar? Para eles a festa acabou. Alguém pode afirmar que essas espécies não precisam comemorar o natal, pois nem sabem o que isso significa. Os que defendem aos animais alegam que esse preconceito acontece pelo fato  de que o pensamento clássico pós-gregos afirma que os animais não possuem razão, coloca o homem como sendo o ser supremo na natureza, pois os humanos possuem a capacidade da linguagem e são dotados de uma razão. . Mas, felizmente, a filosofia contemporânea vem a todo o rigor criticando esse pensamento arcaico e colocando novas questões de cunho reflexivo filosófico que tem ajudado a mudar o pensamento na questão das outras espécies. Voltando aos especistas, que afirmam que os animais e as plantas não possuem a razão, mas, podemos afirmar, que estes seres não precisam idolatrar deuses, não precisam de leis escritas por outros, não precisam de governantes, tiranos ou lideres religiosos, não precisam de automóveis e aparelhos de tecnologia avançada, não precisam votar, não precisam vestir roupas, não agridem a natureza, não poluem o planeta, não espancam seus filhotes, suas fêmeas e seus idosos, não são corruptos entre outras coisas. No reino animal e vegetal não existe o tráfico de drogas, a pedofilia, o estupro, o seqüestro, a tortura, entre outras coisas. Será que é por isso que os animais e as plantas são seres irracionais? Mesmo com esses exemplos negativos que citei acima, o homem continua sendo o ser perfeito e racional, o “comandante” da Terra, o juiz que determina o destino do planeta e o que pode ser feito para melhorar a vida dos humanos, em suma, ele é o deus que decide o destino de todas as outras espécies.

Voltando a reflexão da festa do Natal, outro fato constrangedor que acontece nessa época com os animais, são as pessoas “loucas” para irem viajar e muitas vezes não tem onde deixar o seu cachorro, gato ou outro animal doméstico, e o que elas fazem? Simplesmente essas pessoas abandonam os seus animais na rua. Que horrendo é uma mãe humana abandonar o seu filho na rua, ver o desespero da criança é algo tétrico, a criança encontra-se apavorada e sem rumo, a mesma coisa se aplica aos animais de estimação, quando abandonados por seus donos, os mesmos ficam desesperados e sem rumo, e em sua maioria, morrem, ou atropelados, ou espancados, ou envenenados, ou de fome.

Não quero acabar com a festa de ninguém, mas pelo menos como o filósofo Peter Singer propôs em sua obra Libertação Animal, que os animais que vão para o abate, ao menos tenham tido uma vida feliz; com seus filhotes, correndo, dormindo sobre uma grama confortável, banhando-se ao Sol, e na hora de serem abatidos, vão sem dor e sem sofrimento, pois sabemos que esses animais vivem em verdadeiros campos de concentração animalescos.

Para os pinheiros o problema é muito fácil de resolver. As pessoas podem comprá-los com raiz e quando não os quiserem mais, plantem em alguma praça. Outra solução ainda melhor é comprar pinheiros artificiais, o que já é hábito para muitas pessoas. No caso dos animais é mais delicado. Ainda existem muitos abatedouros clandestinos que abatem seus animais de uma forma arcaica e violenta, sem dó e nem piedade, mas o que se pode fazer é saber a procedência da carne, ou seja, se a empresa que fornece essa carne aderiu ao abate humanitário, se não aderiu, o boicote da população é a melhor solução. Embora existam muitas falhas nesse método, é o que se tem de melhor solução para o presente momento.

No caso do abandono animal é simples: quem gosta de viajar muito não tenha animais; e se gosta de animais e não pode viver sem eles, pelo menos deixe o animal com um parente ou amigo que não viaje; se não quiser incomodar ninguém, leve-o em hotéis para animais domésticos, onde o animal é tratado muito bem.

O homem tem a obrigação de pensar que a vida na Terra não gira em torno dele, e que as outras espécies têm o direito de viver. Respeitar as outras espécies é respeitar a si próprio.

 Créditos

Figura 2: http://mbs-euamocaes.blogspot.com/2011/05/campanha-contra-o-abandono-de-caes-e.html
Figura 3: http://eternessencias.blogspot.com/2009/12/os-animais-e-o-natal.html
SINGER, Peter.  Libertação Animal, Editora Lugano, São Paulo, 2008.

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