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Pansophia

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O pensamento Pitagórico; Os Números

por Leandro Morena

 

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Para Pitágoras (571 a.C.-496 a.C.) e seus discípulos, os números têm uma relevância muito importante para o pensamento filosófico, pois eles foram os primeiros que fizeram a matemática ter uma ascensão. Eles acreditavam que os princípios da matemática seriam os princípios de todas as coisas, e parecem perceber nos números, mais do que no fogo, na terra e no ar, muitas semelhanças com as coisas que existem e as que são geradas. Com esses princípios, os pitagóricos afirmavam que compreendiam a ordem e a unidade do mundo, e o número tornar-se-ia o modelo que dará origem das coisas. O conceito de número no pensamento pitagórico, expressa uma ordem dimensível que permite extinguir a ambigüidade entre significado aritmético e significado espacial.

O significado verdadeiro vai ser demonstrado na figura   tetraktys (tétrada):  

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Essa figura representa o número 10, um triângulo que possui o 4 como lado, pois se observarmos a figura, vemos que a base possui 4, o lado esquerdo da base até o ápice contém 4, e , por sua vez, o lado direito da base ao ápice contém 4.  . O número 10 era visto pelos pitagóricos como algo sacro, pois estava contido nele os quatro elementos: fogo, ar, água e terra, ou seja, 1+2+3+4 = 10.

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O número é a substância das coisas, todas as oposições das coisas se diminuem a oposições entre números. A oposição fundamental das coisas com respeito à ordem dimensível que constitui a sua substância é a de limite e de ilimitado. Com o limite vai tornar a medida possível, e o ilimitado vai excluí-la. A esta oposição corresponde a oposição fundamental dos números pares e ímpares; ímpar corresponde ao limitado e o par ao infinito.Já o número 1 deriva de ambos, ou seja, é considerado par e ímpar ao mesmo tempo. Os pitagóricos afirmam que à oposição do ímpar e do par correspondem a outras nove oposições:

1.      Finito/Infinito;

2.      Ímpar/Par;

3.      Unidade/Quantidade;

4.      Direita/Esquerda;

5.      Macho/Fêmea;

6.      Repouso/Movimento;

7.      Reta/Curva;

8.      Luz/Trevas;

9.      Bem/Mal;

10.  Quadrado/Retângulo;

O limite, ou seja, a ordem vai ser considerada a perfeição. Em suma, tudo que se encontra do mesmo lado, na sequência dos opostos, é definido como o bom, e, por sua vez, o que se encontra do outro lado, é considerado ruim.

A luta travada pelos opostos vai ser conciliada através de um princípio de harmonia, isto é, este último como vinculo dos mesmos opostos, vai compor para eles o sentido último das coisas.

 Créditos/Obras Consultadas:

MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento Antigo. Trad. Lívio Teixeira. Ed. Mestre Jou, São Paulo, 1964.

SANTOS, José Trindade. Antes de Sócrates. Gradiva, Lisboa, 1992.

BARNES, Jonathan. Filósofos Pré-Socráticos. Trad. Julio Fischer. Ed. Martins Fontes, São Paulo, 2003.

Pré-Socráticos.Os Pensadores.Traduções:José Cavalcante de Souza e outros. Ed. Abril, São Paulo, 1978.

2 comentários:

  1. Uma coisa que não entendi:
    1. Finito/Infinito;

    2. Ímpar/Par;

    3. Unidade/Quantidade;

    4. Direita/Esquerda;

    5. Macho/Fêmea;

    6. Repouso/Movimento;

    7. Reta/Curva;

    8. Luz/Trevas;

    9. Bem/Mal;

    10. Quadrado/Retângulo;

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    Respostas
    1. O agradecemos pela leitura do texto e questão levantada!
      Pitágoras mostra-nos que o mundo em que vivemos apresenta situações com dois estados, e esses estados opõem-se um do outro. É com essa Tabela dos Contrários em que o primeiro termo representa os princípios da ordem, da perfeição e da limitação, o segundo os opostos destes e com isso a filosofia pitagórica cria uma cosmologia originada pela sobreposição dos princípios em conflito que são as sequencias o que possivelmente tenha gerado sua dúvida. Para que os limites gerem os ilimitados existe a necessidade que pela intervenção da harmonia sejam organizados num todo ordenado. Os opostos precisam acontecer pois criam uma harmonização. Essa harmonia só pode acontecer onde há oposições, ou seja, para gerar a harmonia é preciso que exista essa diferença dos opostos. Na visão pitagórica dois iguais não criam harmonia, apenas juntam-se. L.M.

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